No dia 20 de fevereiro de 2025, a APA e a Universidade de Coimbra promovem a celebração do duplo evento internacional Dia Mundial da Antropologia & Jornadas Europeias da Antropologia. O programa da cerimónia inclui a “Conferência Anual Raúl Iturra”, proferida por Fernando Florêncio, dedicada ao seguinte tema:
Antropologias em Portugal: preconceitos, potencialidades e desafios
A conferência pretende reflectir criticamente sobre os caminhos das antropologias em Portugal, no plural, pelos seus percursos escolares e pelo seu diferencial epistémico. Trata-se de uma leitura pessoal, ancorada numa participação experiencial em diferentes contextos escolares portugueses de ensino e investigação em Antropologias no pós-25 de Abril. A partir dos já clássicos Contextos da Antropologia (1991), de João de Pina Cabral, e Antropologia em Portugal: Mestres, Percursos, Transições (2006), de João Leal, propõe-se um diálogo que leve em linha de conta o crescente número de trabalhos académicos sobre esta realidade e o quanto se modificou o panorama das antropologias em Portugal desde essa altura. Cursos que fecharam, como na UTAD e na Fernando Pessoa, mas também novas pós-graduações que abriram, mestrados e doutoramentos, e um inegável crescimento da Antropologia Biológica. Muitos dos preconceitos dos anos 1980 e 1990 continuam a impedir uma maior e melhor articulação entre escolas: ISCTE, ISCSP e ICS, NOVA FCSH e Universidade de Coimbra; a ideia de uma formação trans-epistémica entre a Antropologia Biológica e a Antropologia Social e Cultural, oscila entre a utopia e a materialização. Contudo, várias iniciativas, institucionais e individuais, têm tentado ultrapassar diferenças escolares e epistémicas, com projectos colaborativos interdisciplinares entre a área biológica e a social e cultural. Se, por um lado, o horizonte parece ensombrado pelo acesso aliciante a ferramentas de IA na escrita e na investigação, suscetíveis de alterar substantivamente o fazer etnográfico, por outro lado a exigência de reinventar as pedagogias académicas e as práticas criativas promete futuros em aberto às antropologias em Portugal e no mundo.
Tendo por anfitriã a Universidade de Coimbra – e nomeadamente o Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia -, que nos abre as suas portas para acolher antropólogas e antropólogos de todo o país, estudantes, docentes e investigadores, a cerimónia assinala igualmente os 140 anos da criação da primeira cátedra de Antropologia em Portugal (1885-2025). Serão entregues o Prémio APA Antropologia Biológica e a Bolsa de Apoio ao Trabalho de Campo e seguir-se-á a Festa da Antropologia, com algumas surpresas por parte da nossa anfitriã. A cerimónia decorrerá no Anfiteatro I do Colégio de S. Bento (Universidade de Coimbra) a partir das 14h30.
- Programa
- 14h30- Abertura da cerimónia do DMA & JEA, incluindo a entrega do Prémio APA e Bolsa APA
- 15h30- Conferência Anual ‘Raúl Iturra’, por Fernando Florêncio: “Antropologias em Portugal: preconceitos, potencialidades e desafios”
- 16h30- Festa da Antropologia com música e lanche (beberete/petiscos)
ENTRADA LIVRE!
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