Bolsas APA/Apoio ao trabalho de campo

Com o objetivo de promover o trabalho de campo desenvolvido por jovens antropólog@s, a APA concede bolsas destinadas a apoiar despesas associadas à pesquisa de terreno e recolha de dados no âmbito da componente não letiva de cursos de mestrado em universidade portuguesa nas áreas científicas da antropologia.
As bolsas são destinadas a estudantes inscritas/os no 2º ano do curso.
Os prazos relativos a cada concurso e demais informações relacionadas são atempadamente divulgados através dos canais de comunicação da APA.

 

ATRIBUIÇÃO DA BOLSA APA E ENTREGA DO CERTIFICADO, DURANTE A CELEBRAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA ANTROPOLOGIA EM COIMBRA, A 20 DE FEVEREIRO DE 2025

Imagem de Rafaela Aleixo no Dia Mundial da Antropologia, em Coimbra
Rafaela Aleixo
Constança Lobão
Lilian Mishel Saá

VENCEDORA: Rafaela Aleixo (FCSH-NOVA)

Título: Cestos Biográficos: Uma Etnografia da Resistência, Memória e Patrimonialização em Gonçalo

Resumo: O presente projeto de tese foca-se na análise antropológica da atividade da cestaria em Gonçalo, vila localizada no concelho da Guarda. Pretende-se construir uma etnografia desta comunidade, analisando no presente as várias temporalidades evocadas pela comunidade cesteira. Em particular, o desenvolvimento desta atividade em diferentes períodos históricos e conjunturas políticas com modelos de organização muito distintos, que contrastam com o declínio atual da produção de cestaria. Neste quadro acentuam-se as narrativas presentes associadas à sua patrimonialização, mostrando que este objeto está sujeito a diferentes categorizações e a mutações na comunidade decorrentes de processos de re-significação.

MENÇÃO HONROSA: Constança Lobão (FCSH-NOVA)

Título: Alguma gota há-de haver: um olhar sobre a vida à margem da barragem de Santa Clara

Resumo: Em Santa Clara-a-Velha vive-se um estranho contraste entre abundância e escassez: por um lado, a água é a grande protagonista da paisagem, preenchendo a enorme albufeira que se estende no horizonte, por outro, a sua vizinhança é marcada pela seca e pela escassez. O meu projecto desenvolve-se em torno deste fenómeno de “miragem no deserto”, focando-se principalmente na vida à margem da barragem, nos seus vizinhos e nas relações, estratégias, práticas e imaginários activados pela ambiguidade da paisagem. A água, por mais que se concentre na albufeira de Santa Clara, “escapa-se” de seguida e pelo caminho rega e deixa secar. Também a minha curiosidade, em grande parte lá concentrada, flui com a água em direção ao litoral. Inspirada no trabalho de Tsing, a proposta que aqui apresento é a de seguir o curso da água na sua viagem até ao oceano, passando pelas paisagens perturbadas que os sonhos de progresso deixaram ao longo deste troço do rio Mira, em busca das formas de fazer e imaginar mundos que lá emergem.

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MENÇÃO HONROSA: Lilian Mishel Almeida Saá (Universidade de Coimbra)

Título: “Guardiãs da Amazônia: Resistência e Saberes Ancestrais face ao Extrativismo Aurífero e à Crise Climática”

Resumo: O brilho do ouro pode realmente justificar a destruição de ecossistemas essenciais e o sofrimento das comunidades que dele dependem para a sua sobrevivência? Este estudo investiga como as mulheres indígenas da Amazônia, especialmente nas comunidades ribeirinhas do rio Napo, resistem à mineração de ouro, protegendo seus territórios e aplicando saberes ancestrais para mitigar os impactos socioambientais exacerbando a crise climática. Nas últimas décadas, a mineração de ouro se expandiu significativamente na região, impulsionada por políticas do governo equatoriano que, desde 2014, têm incentivado o extrativismo como estratégia para diversificar a economia após a queda dos preços do petróleo. Essa mudança resultou na invasão de terras indígenas e conflitos ambientais e sociais na região. Apesar de existir literatura sobre os impactos do extrativismo, poucos estudos abordam a interseção entre a crise climática e a mineração na Amazônia, e especialmente no que diz respeito ao papel das mulheres indígenas. A pesquisa propõe preencher essa lacuna, através de uma metodologia combinada de etnografia digital e de campo, que inclui entrevistas e interações com líderes indígenas e outros atores locais.
Este trabalho pretende contribuir com uma perspectiva crítica dos efeitos da mineração de ouro e da crise climática na Amazônia, focando nas práticas de adaptação, mitigação e resistência das comunidades indígenas. Destacando e visibilizando os saberes ancestrais e refletindo sobre os caminhos possíveis para a preservação do território e da biodiversidade amazônica.


Concurso à Bolsa APA 2024

– Extensão de prazo até 11/11-

Estão abertas até 30/10/2024 as candidaturas para uma (1) Bolsa APA, no valor de 650€, destinada a alunas/os que se encontrem inscritos no 2º ano de mestrado em antropologia numa universidade portuguesa.

Todas as informações no regulamento [abaixo].


JÚRI APA 2023-25

Jorge Freitas Branco  (Iscte/IUL; CRIA/IN2PAST)  
Catarina Alves Costa  (NOVA FCSH; CRIA/IN2PAST)  
Teresa Fernandes  (Universidade de Évora; CIAS)            
Maria Teresa Ferreira  (UC; CEF)            
Fernando Florêncio  (UC; CRIA/IN2PAST)
Ricardo Godinho  (Universidade do Algarve; ICArEHB )  
Tânia Minhós  (NOVA FCSH; CRIA/IN2PAST)            
Maria Manuel Quintela  (ESEL; CRIA/IN2PAST)  
Angela Torresan  (University of Manchester)  

Regulamento das bolsas APA (em vigor a partir de 30/06/2023):


Edições anteriores

2022-2023
Bolsa atribuída a Catarina Isabel Duarte Nunes, com o projeto “Entre conservar e regenerar áreas degradadas: um olhar antropológico sobre a associação VERDE”
Júri: Clara Saraiva, Presidente (ICS), Elsa Peralta (CEC/FLUL) e Ana Machado (Técnica Superior, MNE)

2020-2021
Bolsa atribuída a Joana das Neves Diniz.
Júri: Joana Lucas, presidente (CRIA / NOVA FCSH), Marisa Gaspar (SOCIUS/CSG –ISEG/ULisboa), Joana Catela (DINÂMIA’CET – ISCTE-IUL)

2019-2020
Júri: Fernando Florêncio (DVC/FCTUC), Teresa Ferreira (DVC/FCTUC) e Octávio Sacramento (DESG/UTAD)
Bolsas atribuídas a Ana Cristina Coêlho Alves Corrêa; Laurisa Maria Farias Moreira; Margarida Leite de Almeida Vaz; Raphael Ramalho Vieira

2018-2019
Júri: Marina Pignatelli (ISCSP-ULisboa), Paulo Mendes (UTAD) e Pedro Pereira (IPVC).
Bolsas atribuídas a Ana Beatriz Gonçalves Rosa; Natalie Pacheco Pérez; Fernanda
Lourenzo; Rita Marquito.