Eleições 2023 | Programa e composição das 2 listas candidatas aos corpos sociais da APA

      Comentários fechados em Eleições 2023 | Programa e composição das 2 listas candidatas aos corpos sociais da APA

Eleições 2023

Cara/o sócia/o,

Divulgamos abaixo as duas listas apresentadas para a eleição dos órgãos sociais da APA para o triénio 2023-2025, e respetivos programas de ação.
Informamos que será possível optar por votar de forma eletrónica ou presencial, em enquadramentos temporais distintos:

  • O voto eletrónico realiza-se nos dias 29  e 30 de janeiro de 2023, iniciando às 09h de dia 29-01 e terminando às 13h de dia 30-01
  • O voto presencial realiza-se no dia 30 de janeiro de 2023, entre as 14:00 e as 18:00, na sala polivalente do ICS-ULisboa

Relembramos que apenas os sócios efetivos com quotas de 2022 regularizadas podem eleger, sendo a data limite para regularização de quotas, de todos que sejam já sócios, 25 de janeiro de 2023, marcando esta o fecho dos cadernos eleitorais. Apelamos, portanto, aos sócios que desconheçam se a sua situação se encontra regularizada, que o procurem saber antes dessa data. Fazemos notar que o secretariado funciona em regime de trabalho parcial, pelo que a resposta poderá não ser imediata.

Assembleia Geral

Assim, a próxima Assembleia Geral será também eleitoral, procedendo-se à eleição dos novos órgãos sociais (Direção, Conselho Fiscal e Mesa da Assembleia Geral) para o triénio 2023-2025. Esta Assembleia Geral decorrerá em formato híbrido, no dia 30 de janeiro de 2023, na sala polivalente do ICS-ULisboa, às 17:30 e via zoom, através do seguinte link: 
 
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/95307720222

Contamos com a participação de todos/as!

Ver Ordem de Trabalhos

 

A Comissão Eleitoral,

Inês Lourenço (Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Geral)

Inês Ponte (Secretária da Mesa da Assembleia Geral), 

Giulia Cavallo (Presidente do Conselho Fiscal), 

Laura Almodovar (Representante da Lista A)

Paulo Seixas (Representante da Lista D)

Programa e composição das 2 listas candidatas aos órgãos sociais da APA


LISTA A

A lista A “Consolidar a Antropologia, Intervir no Espaço Público” propõe-se continuar e expandir o trabalho já realizado pelas anteriores direções na consolidação da disciplina, na ampliação dos seus públicos e nas múltiplas interlocuções no espaço nacional e internacional.  Esta lista é constituída por pessoas em diferentes enquadramentos da prática da antropologia, procurando garantir uma representação mais plural da disciplina e dos desafios que enfrenta no país. 
 
 
Serão linhas de intervenção estruturantes:
 
1. ANTROPOLOGIA PÚBLICA
– Intervir fora dos espaços académicos em debates públicos envolvendo questões estruturais, pontuais ou fraturantes; fazê-lo promovendo parcerias com comunidades envolvidas e ativando a pluralidade e proximidade de contextos a que o trabalho em antropologia permite aceder.
 – Organizar encontros, privilegiando a itinerância, diversidade e descentralização dos locais em que acontecem, intervir ativamente nos media, promover a abertura e participação ativa em diferentes dossiers com especial enfoque em problemáticas sociais e culturais – racismo, relações interculturais, migrações, habitação, precariedade, minorias, restituição e reparações, património cultural material e imaterial, tradição e memória, ambiente e ecologia, e outros.
 
 
2.  PROFISSIONALIZAÇÃO E RECONHECIMENTO DA DISCIPLINA
 – Desenvolver o reconhecimento da disciplina e a sua profissionalização.
– Aprofundar o conhecimento e intervenção da APA sobre os contributos e desafios das/dos antropólogas/os fora do meio académico.
– Continuar o trabalho junto da APAI (Associação Portuguesa de Avaliação de Impactes) para a intervenção da antropologia nos estudos de impacto ambiental e social.
-Convidar pessoas que trabalham como antropólogas em diferentes contextos para organizarem um painel no congresso da APA e mostrarem a importância da formação em antropologia no seu trabalho e organizar iniciativas autónomas que reúnam estes profissionais e deem visibilidade e reconhecimento público do seu trabalho.
 – Combater a precariedade e promover a integração das pessoas licenciadas em antropologia nos concursos públicos.
– Mostrar a relevância da inclusão da visão da antropologia em equipas multidisciplinares, seja no desenho, acompanhamento e avaliação de políticas públicas, sublinhando a especificidade do treino da escuta ativa, do trabalho de campo, das metodologias participativas, do trabalho com diferentes tipos de grupos e comunidades, mostrando o  seu potencial, junto de associações, ONGs, fundações, autarquias, institutos e organismos públicos, equipas multissectoriais, etc., para a inovação social, adaptação de políticas a públicos-alvo, bem como promoção de políticas inclusivas. 
 
 
3. ENSINO DA ANTROPOLOGIA 
– Promover o ensino da antropologia nos  vários graus (secundário, universitário, técnico, pós-universitário, sénior etc.).
– No ensino secundário, continuaremos o dossier já desenvolvido nas anteriores direções, com intervenção nos conteúdos da opção de Antropologia no 12º, com o esforço para intervenção na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, e com a criação de um mestrado inter-universitário de ensino da antropologia articulando estabelecimentos de ensino secundário e universitário. Este último encontra-se em processo de adaptação a um grupo de ensino de ciências sociais promovido em conjunto com a APS e a OPP de modo a viabilizar carreiras docentes no secundário (v. Antropologia no Secundário – Associação Portuguesa de Antropologia (APA) (apantropologia.org). Uma maior presença da Antropologia nas escolas permitirá ganhar maior visibilidade e reconhecimento público, aumentando a curiosidade e interesse sobre a disciplina; solidificará uma das saídas profissionais da antropologia, possibilitando entrada na carreira de docente em pé de igualdade com outras disciplinas; e permitirá desenvolvimento de projetos nas escolas (em torno do racismo, violência de género, bullying, trabalho com a comunidade envolvente, valorização de diferentes tipos de percursos biográficos, patrimónios e saberes), contribuindo para a construção de uma sociedade mais crítica, reflexiva e inclusiva.  
– No ensino superior,  propomos criar plataformas de discussão e visibilidade das práticas de ensino de antropologia fora das graduações e departamentos de antropologia, fomentando as suas relações com áreas como a saúde, a educação, as artes, o turismo, o serviço social, migrações, habitação, entre outras. Propomos ainda desenvolver a colaboração com os núcleos de estudantes de antropologia para a promoção de iniciativas de educação não formal.
 
 
4. AUTONOMIA E PLURALIDADE DA ANTROPOLOGIA  
 – Continuar o dossier já iniciado na anterior direção para corrigir a atual situação de dependência da sociologia nos concursos de bolsas e projetos FCT, situação que prejudica as diversas disciplinas e as ciências sociais no seu todo. Colaborar com os esforços de outras disciplinas para reforçar a importância, visibilidade e financiamento das ciências sociais num quadro de pluralidade e autonomia.
– Garantir a boa coexistência das várias subdisciplinas da antropologia (cultural, social, biológica, aplicada, médica, etc.), em pluralidade teórica e com autonomia relativamente às outras ciências. 
 
 
5. ARTICULAÇÕES ASSOCIATIVAS 
– Estreitar relação com núcleos de estudantes existentes e com associações e redes de antropologia (Wamãe, Rede dxs Doutorandxs, Antropia, etc).
– Manter articulações com sociedades congéneres  de disciplinas vizinhas em Portugal (APS, APG) e associações internacionais de antropologia (EASA, ABA, AAA, AABA, Estado Espanhol, Mercosul, SIEF, IUAES, WCAA, WAU, RAI e organizações da Ásia e África– e.g Critical Tourism Studies Asia-Pacific, Indentured Labour routes, etc.).  Garantir às pessoas associadas benefícios junto dessas sociedades. 
– Promover maior relação e benefícios para as/os sócias/os estudantes e pessoas sócias com intervenção não académica. 
– Fomentar uma maior participação das/dos sócias/sócios da APA, promovendo maior debate interno e possibilitando a identificação contínua de linhas de intervenção.
– Continuar a política de secretariado permanente. 
 
 
 
6. INTEGRAÇÃO DE ESTUDANTES
– Promover sócios/as estudantes e zelar por mais articulações entre estudantes do primeiro ciclo e sócios envolvidos na investigação e intervenção não académica.
– Continuar a política de atribuição de prémios para práticas inovadoras e apoio ao trabalho de campo. 
– Manter um contacto regular com as/os sócios através da newsletter já existente bem como uma atualização do website e visibilidade nas redes sociais de forma a promover o associativismo e angariação de novos membros sobretudo junto das pessoas em formação académica. 
 
 
7. TASK FORCE PUBLICAÇÕES E MEDIA
– Desenvolver convénios com editoras para publicações académicas e não académicas, bem como descontos e outras vantagens para sócios. 
 – Desenvolver canais privilegiados para exposição pública e intervenção nos meios de comunicação social. 
 
 

 
COMPOSIÇÃO  DA LISTA
 
DIREÇÃO  
 
Cristiana Bastos (presidente). Investigadora Coordenadora do ICS. Doutorada em Antropologia  pela CUNY.  Trabalha em corpo, saúde e sociedade, antropologia histórica, estudos de ciência, racializações, migrações e sociedades de plantação.  
 
Frederico Delgado Rosa (vice-presidente). Professor Auxiliar da NOVA FCSH. Doutorado em Etnologia pela Université de Paris X – Nanterre.  Trabalha em história da antropologia e da etnografia, arquivos, colonialismo e antropologia histórica.
 
Vanessa Iglésias Amorim (tesoureira). Doutoranda em Antropologia CRIA/Iscte. Trabalha sobre incerteza, reprodução social e sustento em contextos piscatórios. Também tem vindo a colaborar em vários projetos no cruzamento da antropologia e teatro.
 
Lurdes Pequito (vogal). Professora na Escola Secundária Rainha D. Leonor (Filosofia e Antropologia). Doutorada em Antropologia pelo ISCTE-IUL. Investigadora integrada  do CRIA-ISCTE-IUL – Governação, Políticas e Quotidiano. 
 
Pedro Pereira (vogal). Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Viana do Castelo.  Doutorado em antropologia pelo ISCTE-IUL. Trabalha em religião, saúde e património cultural.
 
Rui M. Sá (vogal). Professor auxiliar convidado do ISCSP/Ulisboa e investigador integrado do CAPP. Doutorado em Antropologia (Doctor Europaeus) pela FCSH/Nova. Trabalha em Antropologia da conservação e dos recursos naturais, alterações climáticas, ecologias de resistência e etnoecologia.
 
Simone Frangella (vogal). Investigadora auxiliar do ICS. Doutorada  em antropologia pela  UNICAMP. Trabalha com urbanidades,  populações urbanas vulneráveis, corporalidade.
 
 
 
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL   
 
Teresa Fradique (Presidente). Professora Adjunta da ESAD.CR – Politécnico de Leiria. Doutorada em Antropologia pela NOVA FCSH. Trabalha nos cruzamentos entre a antropologia, as artes, o design e as culturas urbanas.
 
Paula Mota Santos (Vice- Presidente).  Professora Associada da UFP – Universidade Fernando Pessoa. Doutorada em Antropologia pela UCL – University College London, UK. Trabalha a relação entre espaço e identidades sociais e sistemas representacionais (património, turismo, práticas museológicas, migração/minorias e sistemas urbanos).
 
Laura Almodovar (Secretária). Doutoranda em Antropologia integrada no CRIA – NOVA/FCSH. Trabalha sobre diversidade cultural e religiosa nas escolas. 
 
 
CONSELHO FISCAL 
 
Francisca Alves Cardoso (Presidente).  Investigadora auxiliar do CRIA e professora auxiliar convidada da NOVA FCSH. Doutorada em Antropologia Biológica pela Universidade de Durham (UK). Trabalha na articulação e cruzamento do passado e presente, com foco na saúde, desigualdades sociais, património e questões de ética.
 
Carlos Guedes (1º Secretário).   Professor no Agrupamento de Escolas Alto dos Moinhos. Tem trabalhado em diferentes órgãos de direção, administração e gestão do agrupamento de escolas. Licenciado em Antropologia pela FCSH-UNL.
 
João Baía (2º Secretário). Doutorando em Migrações, especialidade em Antropologia no ICS-ULisboa, investigador associado no IHC – NOVA FCSH e no Observatório da Emigração. Trabalha sobre migrações, (i)mobilidades, fronteira, memória e movimentos sociais.

 DESCARREGAR PROGRAMA Lista A


LISTA D

Lista D — Por Uma Antropologia Mais Diversa e Mais Democrática                           lista.d.apa@gmail.com

                                                                                                                          ​​facebook.com/lista.d.apantropologia

Pela diversificação das áreas de atuação da antropologia em Portugal, e pelo fortalecimento da presença da antropologia na academia e na sociedade!

 

Caras/os colegas antropólogas e antropólogos,

 

É com alegria que nos dirigimos a vós nesta altura em que se abre a fase de apresentação de novas candidaturas à direção da APA e respetivos órgãos sociais, incluindo a Direção, Conselho Fiscal e Assembleia Geral.

 

Consideramos que a APA como organismo associativo representativo da antropologia na sociedade e na academia pode melhorar o seu trabalho e que esta melhoria passa por uma pluralização dos eixos de inclusão das suas estruturas de ação. Pluralizar a APA não significa fragmentá-la mas fortalecê-la com o dinamismo de um projeto mais democrático que resulta da confluência de novas ideias, novas sinergias e novas conexões. Defendemos o alargamento dos eixos de inclusão da APA a vários níveis, mas gostaríamos de destacar aqui três: relação com a sociedade, abrangência disciplinar e multipolaridade geográfica.

 

Queremos uma APA que promova o crescimento da antropologia e os direitos das/os antropólogas/os dentro e fora da academia, uma APA que defenda uma antropologia mais abrangente e mais aberta a engajamentos transdisciplinares, e uma APA que encoraje o desenvolvimento de uma antropologia geograficamente mais inclusiva capaz de promover canais de comunicação e acionar sinergias transregionais. Estamos confiantes que a expansão destes três eixos de inclusão terá um papel decisivo no fortalecimento e diversificação das redes de ação da antropologia nas próximas décadas.

 

Pluralização da relação com a sociedade. Grande parte das atividades da APA nas últimas décadas tem estado circunscrita ao mundo da academia. A academia é uma parte importante da antropologia, mas não é a única. É preciso criar uma antropologia capaz de chegar a toda a sociedade. Alargar os espaços de ação da antropologia implica envolver colegas que estejam a desenvolver intervenções antropológicas fora do mundo da academia. A nossa lista inclui, para além de académicos, colegas que estão a trabalhar em câmaras municipais, em ONGs, em empresas e em diversos projetos culturais e associativos. Incluir nos orgãos sociais da APA perspetivas e trajetórias não académicas é uma forma de expandir o campo de ação da nossa associação e ligá-la de forma mais robusta a um número crescente de sectores, fortalecendo a imagem pública da antropologia e expandindo os horizontes laborais e de reconhecimento da antropologia no nosso país.

 

Abrangência Disciplinar e Diversidade de Áreas de Atuação. A antropologia é uma disciplina extremamente abrangente e é fundamental defender o seu enfoque holístico como um bem em si mesmo e uma valência diferenciadora capaz de fazer frente aos desafios cada vez mais complexos e multidimensionais do mundo contemporâneo. Insistir numa definição redutora do campo disciplinar da antropologia é diminuir o seu campo de relevância e limitar os seus engajamentos transdisciplinares. Estamos também a reduzir as suas áreas de atuação dentro e fora da academia e, portanto, a restringir a criação de novas oportunidades de trabalho para pessoas formadas em antropologia, sendo que já temos várias gerações de antropólogas/os a trabalhar em condições de precariedade e em áreas que nada têm a ver com os seus conhecimentos e competências.

 

Descentralização e Multipolaridade Geográfica. A APA foi fundada com o objetivo de alargar os horizontes geográficos da antropologia em Portugal, e a defesa deste princípio requer uma visão mais inclusiva da relação da APA com as várias universidades e os vários núcleos de antropologia em todo o país. A APA nas últimas décadas tem sido liderada por um pequeno número de instituições, sendo constante a ausência de listas encabeçadas por colegas de universidades ou centros situados fora das grandes zonas metropolitanas. Acreditamos que uma liderança que prime pela rotatividade democrática é fundamental para garantir o crescimento da nossa disciplina, o alargamento das suas áreas de intervenção e a inclusão de novas vozes. Renovar a liderança da APA é reconectar com o projeto fundacional de contribuir para um crescimento descentralizado e multipolar da comunidade antropológica portuguesa, alargando os seus horizontes de debate em Portugal e no mundo.

 

A Lista D reconhece o papel importante da APA no desenvolvimento da antropologia portuguesa e quer trazer um novo ímpeto a este trabalho de liderança. Se, por um lado, queremos dar continuidade a pastas importantes já existentes, pretendemos ao mesmo tempo introduzir inovações e ativar mudanças.

 

Em termos de continuidades, pretendemos:

 

# Ativar o potencial de engajamento da newsletter e das redes sociais da APA;

# Potenciar, na continuidade, o congresso da APA e o seu crescimento;

# Promover a internacionalização da antropologia portuguesa;

# Continuar a desenvolver esforços para a integração da antropologia no ensino secundário.

 

Em termos de mudanças, queremos, antes de mais, introduzir novas ideias e novas dinâmicas na forma como estas pastas são abordadas. Pretendemos, por isso:

 

# Ampliar os canais de comunicação da APA com a comunidade antropológica e com a sociedade no seu todo, nomeadamente através da organização de um programa mais ambicioso de eventos públicos como webinars e fóruns de debate;

# Organizar congressos mais diversos, mais engajados com questões de relevância pública, e mais capazes de incluir antropologias vindas de dentro e de fora da academia;

# Fortalecer os esforços de negociação com o poder político e com organizações como a Fundação para a Ciência e Tecnologia, Ministério da Ciência, Tecnologia, e Ensino Superior, e Ministério da Educação;

# Diversificar o diálogo e as colaborações da APA com organizações internacionais de antropologia não apenas na Europa e na América do Norte.

 

Estas mudanças requerem uma profunda alteração na forma como a APA identifica prioridades e desenvolve planos de ação. Queremos introduzir novos procedimentos e metodologias colaborativas e, nesse sentido, consideramos urgente:

 

# Promover a implementação de um plano estratégico logo no início do nosso mandato a partir da auscultação das bases do movimento associativo;

# Ativar uma dinâmica de Grupos de Trabalho (GT), em torno de várias temáticas e áreas estratégicas, que seja capaz de mobilizar não apenas a direção mas todo o corpo associativo da APA para assim desenvolver propostas e planos de ação de forma aberta e colaborativa.

 

Defendemos ações efetivas capazes de promover a antropologia dentro e fora da academia em áreas importantes e alinhadas com os valores de diversidade, de democracia e de descentralização que estão na origem do nosso manifesto.

 

O princípio dos GT é transversal ao nosso programa e constitui um utensílio central na nossa filosofia de democracia participativa. Propomos oito GT sobre temáticas e áreas que consideramos estratégicas, mas esta lista está longe de ser exaustiva. Estes grupos serão criados ao longo do nosso mandato, podendo ser proposta pela direção ou por qualquer antropóloga/o a criação de um novo GT sobre uma temática ou área relevante ou sobre uma área emergente da antropologia. Os GT devem ser flexíveis e abertos; não devem ter uma estrutura rígida e fixa. A formação de cada GT deve ser iniciada com um anúncio público a convidar propostas e candidaturas e as suas reuniões devem estar abertas a todo o corpo associativo da APA e ser regidas por princípios básicos de trabalho colaborativo. Cada GT terá modos de funcionamento próprios e produzirá uma agenda de trabalhos na área em causa que poderá envolver várias iniciativas de debate público e de engajamento com vários sectores da sociedade.

 

Os oito GT, a ser criados de forma faseada, são os seguintes e procuram:

 

  • Antropologia nos Média

 

Contribuir para uma maior visibilidade e relevância da antropologia em debates públicos e situações da atualidade, nos diversos meios de comunicação social:

 

  • Mostrar a relevância da antropologia e do conhecimento antropológico para leituras mais aprofundadas de questões da atualidade e para desenvolver novas abordagens a problemáticas e desafios contemporâneos;
  • Ativar uma perspetiva antropológica em relação a acontecimentos da atualidade através de comentadores / comentários publicados na newsletter e nas redes sociais da APA ou noutros meios de comunicação social;
  • Realizar ações de divulgação e campanhas de comunicação dirigidas aos órgãos de comunicação social, no sentido de dar a perceber as diferentes vertentes da antropologia e de como podem ser úteis para ajudar a entender a atualidade;
  • Ativar uma ‘ciência cidadã’ atenta ao impacto de desenvolvimentos globais e capaz de contribuir para a democracia local e para a resolução de problemas locais;
  • Ativar a importância dos ‘saberes locais’, pela divulgação de práticas culturais locais e/ou contribuindo para a manutenção de laços afetivos de emigrantes com as suas terras de origem;
  • ​​Relançar o debate sobre os limites das atuais estruturas e hierarquias de avaliação e de financiamento no mundo da ciência e a necessidade de valorizar o papel da antropologia e das humanidades na produção de conhecimento.

 

  • Antropologia e Políticas Públicas

 

Contribuir para reconectar a academia com o poder autárquico, a governação das cidades e a administração central, evidenciando que a antropologia tem um lugar pertinente nos processos atuais de tomada de decisão:

  • Promover um modelo de governação assente em princípios de ‘governança pública’ com uma forte participação da/o cidadã/ão no ciclo de políticas públicas;
  • Promover e defender ‘auditorias cidadãs’ enquanto processos de etnografias de monitorização e avaliação de políticas públicas;
  • Promover a ‘boa governação’ implicando sempre um ‘planeamento cultural’ em função da pluralidade cultural de comunidades citadinas;
  • Advogar a necessidade de uma reforma cidadã e cultural da Administração Pública e a importância da antropologia nessa empreitada.

 

  • Antropologia e Ambiente

 

Contribuir para o aprofundamento do discernimento antropológico de que cultura-e-natureza são indissociáveis e que a sua separação não é mais do que uma construção cultural moderna. É urgente reconhecer os limites da ambição moderna de controlar a natureza, devendo as práticas humanas ser situadas num contexto de relações ecológicas mais amplas.

 

  • Promover a intervenção da antropologia na “conservação da natureza” (parques naturais, nacionais e áreas reservadas) e na defesa da biodiversidade, respeitando as visões das comunidades locais tradicionais;
  • Defender a criação colaborativa com o poder local na construção de espaços verdes em zonas urbanas, assim como na promoção de verdadeiras quintas urbanas públicas;
  • Impulsionar áreas emergentes da antropologia como a antropologia multi-espécie, a antropologia da energia, a antropologia do futuro, entre outras;
  • Encorajar a realização de estudos de impactos ambientais com a participação de antropólogas/os;
  • Tomar posição pública sobre questões ambientais e energéticas de alcance global, tendo em conta as responsabilidades do Norte Global face ao Sul Global;
  • Apoiar comunidades locais vulneráveis, seja em Montalegre, seja na Amazónia, seja no Sudeste Asiático, seja contra a mercantilização da natureza, a privatização da água (movimento mundial) e a proibição do acesso aos “serviços” dos ecossistemas, o “land grabbing”,  as monoculturas (abacates no Algarve, a situação de Odemira, o óleo de palma no sudeste asiático e no continente africano, etc).
  • Organizar periodicamente debates sobre questões ambientais e temas emergentes na antropologia do ambiente e estabelecer ligações com os movimentos sociais de caráter ambiental para desenvolvimento de eventual trabalho colaborativo.

 

  • Antropologia, Museologia e Património

 

Aprofundar e debater as relações entre a antropologia, o património e a museologia, e reforçar a participação de antropólogas/os na investigação e na conceção de políticas em torno do património:

  • Potenciar o saber-fazer em processos de patrimonialização da cultura material e imaterial, na sua monitorização e reinvenção;
  • Visibilizar o papel da antropologia em processos de salvaguarda de Património Cultural Imaterial no seio de museus/instituições culturais, associações e autarquias;
  • Promover a integração de antropólogas/os na investigação científica de coleções museológicas, incluindo trabalhos de digitalização e de divulgação científica online dessas coleções, bem como em trabalhos de (co-)curadoria de exposições e dispositivos museológicos;
  • Reconhecer o lugar da antropologia em projetos educativos, enquanto ferramenta privilegiada para a abordagem da relação entre património, identidade e diversidade cultural junto de públicos escolares;
  • Incentivar a organização de discussões em torno de questões de memória colonial, de reparação histórica e de repatriação de coleções museológicas;
  • Promover a integração de antropólogas/os na conceção de conteúdos e na dinamização dos Serviços Educativos dos Museus/instituições culturais, em processos de co-criação com as comunidades locais no âmbito de uma museologia inclusiva, participativa e colaborativa;
  • Reforçar diálogos e parcerias com redes museológicas nacionais (por exemplo, Rede de Museus do Douro, Rede de Museus do Algarve) e internacionais (por exemplo, ICOM, ICOMOS);
  • Criar e implementar protocolos que visem discutir questões éticas e a salvaguarda digital de remanescentes ósseos humanos e de outras amostras biológicas humanas e de primatas não humanos, em articulação com entidades relevantes (por exemplo, Rede Portuguesa de Museus, Direção Geral do Património Cultural, ICNF).

 

  • Antropologia e as Artes

 

As relações entre a antropologia e as artes formam uma longa história de interseções e cruzamentos com dimensões e perspetivas culturais múltiplas. Recentemente, a interação da antropologia com as metodologias artísticas tem-se renovado, quer na relação de antropólogas/os com artistas, quer no cruzamento metodológico de uma antropologia colaborativa em que as/os próprias/os antropólogas/os se posicionam artisticamente. É urgente mapear estas práticas e debater as potencialidades destas interações:

  • Contribuir para reconectar a academia com o mundo das artes, tendo em conta os crescentes usos da etnografia nos processos artísticos e a importância que ganha relevo de trabalhos com e sobre as comunidades;
  • Sensibilizar os/as artistas para a percepção antropológica, nomeadamente nas artes performativas e promover o diálogo, sobretudo, com o “teatro e comunidade”;
  • Promover a visibilização da antropologia visual, nomeadamente das/os antropólogas/os realizadoras/es, sistematizando a partir das bases de dados existentes e festivais, e a divulgação dos filmes etnográficos;
  • Reforçar o apoio à Mostra de Antropologia e Cinema integrada na programação dos congressos bianuais da APA;
  • Promover e divulgar projetos expositivos e de divulgação do pensamento antropológico através da arte.

 

  • Antropologia e ONGs

 

Há uma longa  história de trabalho antropológico em organizações de voluntariado que atualmente são designadas como Organizações Não Governamentais (ONGs). É urgente revisitar esta história e debater as potencialidades desta relação:

  • Evidenciar a importância da interface antropologia-ONGs, dar voz às/aos antropólogas/os que trabalham em ONGs e promover um melhor conhecimento das contribuições da antropologia às ONGs, quer dentro, quer fora das universidades.
  • Contribuir para reconectar a academia com o sector humanitário e os movimentos sociais;
  • Promover a criação de ONGs por antropólogas/os e contribuir para uma maior empregabilidade das/os antropólogas/os nas ONGs;
  • Mapear e debater estudos antropológicos sobre o impacto da atuação das ONGs em diferentes contextos, no sentido de promover o desenvolvimento de novas políticas públicas mais capazes de dar conta dos desafios atuais.

 

  • Antropologia e Empresas

Um dos pilares da transferência de conhecimento da academia para a sociedade é a formação dos estudantes e a sua ligação com o sector empresarial. É urgente dinamizar esta relação, contribuindo para a expansão da empregabilidade da antropologia:

  • Incentivar a adequação dos currículos académicos às necessidades do mercado de trabalho sem prejuízo da qualidade científica do processo de ensino e de aprendizagem;
  • Dinamizar a divulgação do potencial da antropologia no meio empresarial, nomeadamente ao nível dos estudos de mercado, entre outros;
  • Promover na academia ligações ao mundo empresarial através do desenvolvimento de parcerias e projetos conjuntos como promulgação de estágios;
  • Estimular vínculos laborais estáveis procurando reduzir, se não mesmo extinguir, a prática dos recibos verdes;
  • Fomentar a discussão e elaborar um protocolo em torno de questões éticas e deontológicas levantadas pelas atividades de empresas de escavação e exumação de remanescentes ósseos humanos.

 

  • Antropologia e Investigação Científica

A investigação é um motor fundamental de todas as áreas científicas. Lamentavelmente, o investimento na investigação antropológica tem vindo a decrescer, tendo resultado numa situação de crescente precariedade e num financiamento assimétrico entre as várias áreas da antropologia:

  • Garantir uma representatividade equitativa dos diversos campos da antropologia nos painéis de avaliação de candidaturas a bolsas da FCT. Este equilíbrio é fundamental para fomentar um desenvolvimento equilibrado das diversas áreas da antropologia e evitar a fuga de candidaturas para outros painéis, onde são frequentemente subalternizadas a outras áreas;
  • Autonomizar a antropologia nos painéis de avaliação dos projetos I&D da FCT. A integração da antropologia no painel da sociologia resulta no subfinanciamento de todas as áreas da antropologia, e em particular da antropologia biológica, uma vez que os projetos nesta área são muitas vezes avaliados por revisores inadequados;
  • Promover a regularização dos vínculos precários e/ou temporários de bolseiros e investigadores de antropologia (p.ex., bolsas, CEECs, DL 57/2016). Estes realizam investigação de ponta, oferecem aulas em universidades, orientam alunos e publicam em revistas de elevado impacto, promovendo a manutenção do tecido científico e académico da antropologia. A sua estabilização laboral evitará a sua fuga para outros trabalhos e contribuirá decisivamente para o desenvolvimento da antropologia na academia e na sociedade;
  • Zelar por uma colaboração com outras associações nacionais (por exemplo, ABIC) e internacionais (por exemplo, EASA) acerca do papel da antropologia no quadro institucional mais amplo da ciência e do financiamento da ciência.

Estamos nestas eleições porque acreditamos na importância da antropologia e do saber antropológico na construção de um futuro mais justo, mais democrático e mais sustentável.

Acreditamos no futuro e contamos convosco!

Lista D

Email: lista.d.apa@gmail.com 

Facebook: https://www.facebook.com/lista.d.apantropologia/

 

 

 

 

Corpos Sociais da Lista D

 

 

Direção

 

Gonçalo D. Santos (Presidente) é professor de Antropologia Social-Cultural e coordenador do programa de doutoramento em Antropologia da Universidade de Coimbra. É ainda Investigador Integrado do CIAS e diretor da Rede de Pesquisa Internacional Sci-Tech Asia. Foi professor na London School of Economics, no Max Planck Institute for Social Anthropology, e na Universidade de Hong Kong. Entre as suas obras recentes destacam-se: Chinese Village Life Today (UWP, 2021) e Transforming Patriarchy (UWP, 2017).

 

Paulo Castro Seixas (Vice-presidente) é professor associado da Universidade de Lisboa. Especialista em Estudos e Políticas Públicas Urbanas, Territoriais e Ambientais. Com cerca de 170 publicações, dirigiu um centro de investigação, departamentos, cursos, mais de uma dezena de projetos; foi consultor de municípios, ONG e governos, e avaliador de projetos; criou cursos, revistas científicas e associações.  É também vitivinicultor com o PDC (Curso de Design de Permacultura).

 

Catarina Casanova (Secretária) é professora associada de Antropologia na Universidade de Lisboa, tendo feito o seu doutoramento em Antropologia na Universidade de Cambridge. É investigadora integrada do CIAS e colaboradora do CAPP. Dedica-se a trabalho na área da primatologia, etnoantropologia, e antropologia do ambiente. Desde 2003 que faz trabalho de campo na Guiné e recentemente em São Tomé e Príncipe. Tem cerca de 80 publicações e co-publicações entre 3 livros capítulos de livros e research articles.

 

Ricardo Miguel Godinho (Tesoureiro) é investigador CEEC e membro integrado no ICArEHB (Universidade do Algarve, UAlg), onde desenvolve investigação maioritariamente sobre evolução humana e a paleobiologia de populações humanas anatomicamente modernas da pré-história. Entre os seus estudos destacam-se Supraorbital morphology and social dynamics in human evolution e The biting performance of Homo sapiens and Homo heidelbergensis.

 

Fátima Almeida (Vogal) é mestre em Antropologia pela Universidade de Lisboa. É directora do Departamento Técnico de Antropologia Física da Empresa de Arqueologia Clay Arqueologia, Lda., tendo participado e coordenado várias escavações arqueológicas/antropológicas bem como estudos laboratoriais envolvendo restos ósseos humanos. É doutoranda em Antropologia Biológica na Universidade de Coimbra e dedica-se ao estudo das populações do passado na vertente da paleopatologia.

 

Sónia Fernandes (Vogal) é licenciada em Antropologia e mestre em Ação Humanitária, Cooperação e Desenvolvimento. Fundadora e presidente da Escola de Voluntariado Pista Mágica e coordenadora na Europa da Rede Global de Liderança no Voluntariado (GNVL) na Associação Internacional para o Esforço Voluntário (IAVE). Criadora da metodologia inovadora de capacitação em gestão de voluntariado CADEI. Consultora, docente, formadora e autora de vários livros e manuais na área do voluntariado.

 

Ricardo Seiça Salgado (Vogal) é investigador doutorado CEEC integrado no CRIA-UC, trabalhando a contaminação entre antropologia e artes performativas, entre as metodologias, o jogo e a resistência, testando a metodologia do etnoteatro. Tem formação artística enquanto diretor e performer. Colabora com artistas que usam a etnografia e pensa ferramentas de análise do impacto sociocultural de projetos artísticos. Leciona no Departamento de Ciências da Vida e no Mestrado de Estudos Artísticos da Universidade de Coimbra.

 

 

 

Assembleia Geral

 

Teresa Fernandes (Presidente) é licenciada e doutorada em Biologia e tem como área de investigação a Antropologia Biológica, em particular o estudo de populações humanas do passado. É professora de antropologia na Universidade de Évora onde leciona disciplinas como Biologia Humana e Antropologia Biológica. É investigadora integrada do CIAS da Universidade de Coimbra. O seu trabalho está publicado em várias revistas científicas nacionais e internacionais de referência.

 

Cláudia Umbelino (Vice-presidente) é professora auxiliar de Antropologia no Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra e investigadora integrada no CIAS—Centro de Investigação em Antropologia e Saúde. É uma antropóloga biológica que se dedica ao estudo das populações humanas do passado através da análise dos seus restos ósseos numa perspetiva biocultural, trabalhando ocasionalmente em contextos forenses.

 

Luís Martins Pisco (Secretário) é licenciado em Antropologia (ISCSP, Universidade de Lisboa) e mestre em História e Património (Faculdade de Letras da Universidade do Porto). Atualmente é Técnico Superior na Divisão de Museus e Património Cultural da Câmara Municipal do Porto.

 

 

Conselho Fiscal

 

Alexandrina Amorim (Presidente) é licenciada em Arqueologia pela Universidade do Minho e mestre em Evolução e Biologia humanas pela Universidade de Coimbra. Atualmente é bolseira de doutoramento da FCT em Arqueologia da Paisagem e do Povoamento (Universidade do Minho). A sua área de investigação é a paleobiologia e paleopatologia de populações passadas, evolução dos contextos e rituais funerários, e demografia histórica.

 

Cristina Sá Valentim (1ª Secretária) é licenciada e mestre em Antropologia, e doutorada em Sociologia (Universidade de Coimbra). É Investigadora Auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa no âmbito do Concurso Estímulo ao Emprego Científico Individual (CEEC) da FCT. Tem investigado sobre imigração, colonialismo português, música popular angolana, património, arquivos coloniais sonoros, história da antropologia.

 

Ana Margarida Sousa Santos (2ª Secretária) é professora de Antropologia Social na Universidade de Durham e investigadora associada no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. É doutorada em Antropologia Social pela Universidade de Oxford, e trabalhou nas Universidades de Birmingham, Londres (SOAS), Brunel, e Roehampton. O seu trabalho foi publicado em revistas internacionais de referência como Social Analysis e Journal of the Royal Anthropological Institute.

DESCARREGAR PROGRAMA Lista D APA Campanha 2023

16 de janeiro de 2023

[Revisto a 19-01-2023]