[Eleições APA] Programa da lista (única) candidata e Instruções aos sócios sobre o voto

A recém-formada Comissão Eleitoral vem tornar público o seguinte:

  • Foi recebida uma candidatura aos órgãos sociais da Associação Portuguesa de Antropologia para o triénio de 2026 a 2028;
  • Comprovou-se que os prazos e condições de elegibilidade foram respeitados, pelo que a candidatura foi validada;
  • De acordo com o Regulamento Eleitoral, foi formada uma Comissão Eleitoral que reuniu no dia 12/12/2025;
  • O voto eletrónico realiza-se nos dias 29 e 30 de janeiro de 2026, iniciando às 09h de dia 29-01 e terminando às 13h de dia 30-01;
  • O voto presencial realiza-se no dia 30 de janeiro de 2026, entre as 14h e as 18h, na Sala Polivalente do ICS-ULisboa;

A Comissão Eelitoral: Teresa Fradique (Presidente da Mesa da Assembleia), João Baía (Conselho Fiscal),
Joana Lucas (lista Z)


Composição e Programa da lista candidata aos órgãos de gestão da
Associação Portuguesa de Antropologia

LISTA Z
Antropologia com futuro

DIRECÇÃO
Joana Lucas (Presidente) CRIA NOVA FCSH
Vanessa Iglésias Amorim (Vice-Presidente) ESE-IPS e CRIA ISCTE
Joana Martins (Tesoureira) CRIA NOVA FCSH
Laura Almodovar (Vogal) AE Paulo da Gama, AE Ruy Luís Gomes e CRIA NOVA FCSH
Mafalda Carapeto (Vogal) ISCSP ULisboa
Maria Manuela Restivo (Vogal) CRIA UMinho
Augusto Ferreira (Vogal) Ambigrama

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
João Vasconcelos (Presidente) ICS-ULisboa
Paula Mota Santos (Vice-Presidente) UFP e CAPP/ISCSP- ULisboa
Ana Rita Alves (Secretária) CES-UC

CONSELHO FISCAL
Francisca Alves Cardoso (Presidente) CRIA NOVA FCSH
Ricardo Seiça Salgado (1º Secretário) CRIA Universidade de Coimbra
Bruno Cristovão (2º Secretário) Escola Secundária Pinhal Novo

LISTA Z
Antropologia com Futuro

A Lista Z reúne antropólogas/os com diferentes perfis e áreas de atuação em antropologia — desde a diversidade de temas até aos variados contextos de intervenção — integrando várias pessoas com percursos profissionais distintos, grande parte das quais marcada pela experiência da precariedade e da incerteza laboral. Somos um grupo de pessoas comprometidas com o papel da antropologia na sociedade e com a vida associativa para lá da disciplina. Acreditamos que a APA deve afirmar-se enquanto aquilo que é: uma associação profissional, promotora da presença e do reconhecimento da antropologia no espaço público, mas também como uma voz activa e crítica perante as questões sociais, políticas e ecológicas da actualidade. Defendemos uma associação mais diversa, inclusiva, aberta e interventiva — capaz de proteger o trabalho das antropólogas e antropólogos e, simultaneamente, contribuir para um mundo mais justo. Embora apresentemos uma lista renovada, propomos dar continuidade e ampliar o trabalho desenvolvido pelas direções anteriores, reforçando a consolidação da disciplina, alargando os seus públicos e aprofundando as diversas interlocuções no contexto nacional e internacional mantendo, concomitantemente, o esforço de descentralização da vida associativa da associação.

Preâmbulo: onde estamos agora
Nos últimos anos, as ciências sociais e humanas têm enfrentado desafios significativos, tanto em termos de financiamento quanto de reconhecimento social e académico. A Antropologia, como disciplina central para o estudo das sociedades, culturas e relações humanas, não escapa a este panorama crítico, mas também se encontra numa posição estratégica para contribuir e influenciar os debates públicos, tanto em Portugal como no contexto global.

Desafios na Inserção Profissional
A Antropologia em Portugal debate-se com o seu reconhecimento, o que por sua vez se reflete na dificuldade de inserção profissional das pessoas formadas em Antropologia. A formação em Antropologia prepara-nos para análises profundas de fenómenos sociais, mas o mercado de trabalho muitas vezes não reconhece essas competências, restringindo-se a empregos em áreas muito específicas. Estudantes de Antropologia acabam os seus estudos sem entender que caminhos profissionais podem seguir. Em Portugal, este cenário é agravado pela escassez de políticas que integrem antropólogas/os em áreas estratégicas como planeamento urbano, saúde, políticas públicas ou educação. A APA deve desempenhar um papel determinante ao promover a profissão, mapear oportunidades, traduzir competências dos antropólogos, dialogar com instituições e divulgar o valor da formação das antropólogas/os para responder a desafios contemporâneos.

Redução de Financiamento e Valorização Académica
Em Portugal, a Antropologia e outras áreas das ciências sociais sofrem cortes frequentes em programas de investigação e bolsas de estudo, refletindo uma tendência internacional de priorização das ciências exatas e tecnológicas em políticas públicas e universidades. Este desinvestimento limita a produção científica e a inovação nas áreas de intervenção social, educação e políticas públicas.
Globalmente, observa-se um padrão semelhante: universidades em diversos países enfrentam pressões orçamentais que afetam departamentos e centros de investigação de humanidades e ciências sociais. Ao mesmo tempo, a valorização académica tende a privilegiar métricas quantitativas, como publicações em revistas de alto impacto, o que nem sempre reconhece a natureza qualitativa e interpretativa da pesquisa antropológica.
Este contexto sublinha a urgência de reforçarmos a presença pública da Antropologia e de defender políticas que reconheçam o seu papel na produção de conhecimento crítico e aplicado. Esta tendência de desvalorização tem de ser contrariada através da demonstração clara da relevância social do conhecimento antropológico — nas escolas, nas políticas públicas, nos museus, nas ONG’s, nas empresas, nas associações, etc. Cabe à APA fomentar redes colaborativas e visibilizar a diversidade de práticas e impactos da disciplina.

Crise Epistemológica e Percepção Social
A crise não é apenas financeira ou profissional; é também epistemológica. A sociedade contemporânea, marcada pelo imediatismo e pela economia digital, tende a valorizar conhecimento técnico e aplicável de forma direta, marginalizando disciplinas que questionam estruturas sociais, políticas e culturais profundas. A Antropologia, que se dedica a compreender culturas, comportamentos e desigualdades, enfrenta o desafio de comunicar a sua relevância a públicos amplos e decisores políticos.
A APA deve colocar-se na linha da frente da visibilização da Antropologia em Portugal e como esta se apresenta para fora, devendo criar mecanismos de comunicação que permitam ampliar e diversificar os públicos das suas mensagens.

Respostas e Perspectivas: olhos no futuro
Apesar dos desafios, há sinais de resistência e inovação. A Antropologia, através da pesquisa aplicada em políticas públicas, do engajamento com movimentos sociais ou do trabalho em diferentes sectores de atividade, mostra como a disciplina se pode reinventar e reconquistar espaço social. Globalmente, a valorização da diversidade cultural, o debate sobre justiça social e a necessidade de compreender crises (humanitárias, migratórias, ecológicas) reafirmam a importância das ciências sociais.
A crise, portanto, é também uma oportunidade para refletir sobre o papel dessas disciplinas na construção de sociedades mais justas e inclusivas. Dessa forma, a Antropologia contribui de modo decisivo para a análise crítica das transformações sociais, oferecendo instrumentos teóricos e metodológicos indispensáveis para a sua compreensão aprofundada.


Sócios efectivos da APA que subscrevem a Lista Z

  • 1. Amaya Sumpsi Langreo
  • 2. André Castro Soares
  • 3. Antonio Maria Pusceddu
  • 4. Catarina Freire Leal
  • 5. Catarina Sousa Brandão Alves Costa
  • 6. Carlos Eduardo Milho Moreira
  • 7. Humberto Miguel dos Santos Martins
  • 8. Jannis Simon Christoph Kühne
  • 9. João Aires de Freitas Leal
  • 10. João Baía da Costa
  • 11. João Nuno Ribeiro Mineiro
  • 12. José Manuel Mapril Fraga Gonçalves
  • 13. Luís Filipe Franco Olival
  • 14. Maria Antónia Pereira de Resende Pedroso de Lima
  • 15. Maria Clara Ferreira de Almeida Saraiva
  • 16. Maria Inês Lopes da Ponte
  • 17. Maria João Bracons Fernandes
  • 18. Maria de Lurdes Ferreira Lourenço Pequito
  • 19. Maria Runkel Cardoso
  • 20. Patrícia Ribeiro Mendes Alves de Matos
  • 21. Raquel Alves Neves Gil Carvalheira
  • 22. Rita Ávila Cachado
  • 23. Rodrigo Lacerda Fernandes
  • 24. Rui Miguel Moutinho de Sá
  • 25. Simone Frangella

Voto Eletrónico

[Mais informação em breve]

Informação aos sócios

Para poderem exercer o seu direito de voto, de acordo com os estatutos e com o regulamento eleitoral, os membros efetivos da APA devem ter as quotas regularizadas até um mês antes do ato eleitoral. Como tal:

  • Considera-se que todos os sóci@s com a quota de 2025 paga estão em condições de poder eleger;
  • O prazo para regularização de quotas para os membros que não tenham a quota de 2025 em dia é o dia 30-12-2025;

Parceiros permanentes da APA