Apresentação do livro «O Impossível demora mais», de Paula Godinho | 20 maio às 18h, Lisboa

O impossível demora mais

Sinopse
Nada há de normal ou natural no desvanecimento da esperança. Neste livro, a autora parte da realidade atual da grã-crise para ensaiar uma crítica aos princípios que ordenam o tempo, entre o que pode acontecer, desacontecer e reacontecer. Os futuros desafiam-se, e a memória pode ser um terraço para outra coisa ainda, para escapar ao provável, apresentado como uma condenação. A construção do possível e mesmo do impossível remete para etnografias da resistência, em lugares concretos e entre pessoas concretas, com recurso a subjetivações libertadoras. Procuram-se fulgores que trazem dentro o jogo, a brincadeira e a festa, como invenção de mundos por vir, que poderão servir de tocha para esboroar incertezas e esboçar uma teoria das disputas do futuro, entre qualidades do tempo, rastos que são também rastilhos, rumos para a ação coletiva, esperança que é verbo e construção, prática e concretização. Finalmente, traz dentro a pressa que se põe num remate acerca do impossível, que é necessário.

Mini-bio
Paula Godinho nasceu em Lisboa em 1960. É antropóloga, professora no Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e investigadora do Instituto de História Contemporânea. É fundadora da Red(e) Ibero-Americana Resistência e/y Memória e enquadra vários projetos internacionais sobre fronteira, futuro, festas. É membro de grupos de trabalho do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais sobre temporalidades e a esquerda latino-americana. Prémio Xesús Taboada Chivite, 2008 (Galiza). Realizou trabalho de campo em Portugal (Trás-os-Montes e Ribatejo), na fronteira, na Galiza e no Ceará, com várias obras publicadas em Portugal, Espanha e Brasil, em que se destaca Memórias da Resistência Rural no Sul – Couço (1958-1962), 2001, reeditado em 2025; O leito e as margens – Estratégias familiares de renovação e situações liminares no Alto Trás-os-Montes raiano, 2006; Festas de Inverno no Nordeste de Portugal – património, mercantilização e aporias da «cultura popular, 2010; «Oír o galo cantar dúas veces» -Identificacións locais, culturas das marxes e construción de nacións na fronteira entre Portugal e Galicia, 2011 (versão portuguesa, 2021); O futuro é para sempre – Experiência, expectativa e práticas possíveis, 2017; Entre o impossível e o necessário – Esperança e rebeldia nos trajetos de mulheres Sem Terra do Ceará, 2020; O impossível demora mais – Antropologia para o futuro entre correntes frias da realidade e correntes quentes da esperança, 2025.