Seminário do GI Identidades, Culturas e Vulnerabilidades no dia 22 de Novembro

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O Seminário estará a cargo de Maria Helena A. G. Marques (CRIA).

Título: “Guardar as Sementes. Preservar a biodiversidade agrícola e a pluralidade cultural”.

Resumo: “Em Portugal, a prática milenar dos agricultores de colher e guardar sementes para posteriores sementeiras permanece viva, sobretudo no âmbito da agricultura familiar prioritariamente destinada ao consumo doméstico. Ela é expressão de um modelo social em que o ideal de autosuficiência se mantém presente, não obstante a crescente uniformização de processos e produtos cultivados, bem como do uso de sementes e plântulas comerciais e das restrições legais relativas à sua produção e circulação. Entre as sementes mais salvaguardadas estão as das variedades tradicionais, cuja especificidade resulta da especial adaptação aos lugares ecológica e socialmente distintos em que foram mantidas e, portanto, com a sua ligação à gastronomia local, à história familiar e colectiva. Esta apresentação resulta de uma pesquisa em antropologia, realizada sobretudo em Terra de Miranda e Beira–Serra algarvia, abordam-se diferentes perspectivas sobre a preservação de recursos fitogenéticos agrícolas e os interesses conflituantes em jogo, dando primazia ao ponto de vista daqueles que são os primeiros guardiões da agrobiodiversidade: os pequenos agricultores”.

Nota biográfica:  Maria Helena Marques é doutorada em Antropologia pelo ISCTE-IUL (2014), tendo defendido, como bolseira de doutoramento da FCT, a tese intitulada “Para não perder o inço. Práticas, discursos e conflitos em torno da guarda de sementes” que serviu de base para o livro “Guardar as Sementes: Preservar a Biodiversidade Agrícola e a Pluralidade Cultural”, publicado em 2017 pela Deriva/Le Monde Diplomatique – Edição Portuguesa. Fez mestrado em Antropologia, na especialidade de Patrimónios e Identidades, sobre a raça asinina de Miranda, com a tese “O burro mirandês: a definição de um património. Estudo de caso numa aldeia da Terra de Miranda” (ISCTE, 2007) e é licenciada em Antropologia pelo ISCTE (2002). Como antropóloga, realizou, durante cerca de ano e meio (2007-2008) a convite da APPACDM de Castelo Branco e em parceria com o Museu Nacional de Etnologia um estudo de que resultou o trabalho intitulado “A sericicultura em Portugal: contributos para a sua história na Beira Interior” (não publicado).