Oportunidade para sóci@s da APA | 12º Olhares do Mediterrâneo – Women’s Film Festival | 28 de Outubro a 6 de Novembro, Lisboa

Parceria com festival de cinema dá desconto aos sóci@s da APA:

Graças a uma colaboração com o Festival Olhares do Mediterrâneo, as sócias e sócios da APA terão direito a adquirir bilhetes a 3€ (só disponível na bilheteira) em algumas sessões do Festival, mediante apresentação do comprovativo de sócio com quotas em dia.

Palestina, violência de género e relação com a natureza são temas centrais do 12º Olhares do Mediterrâneo – Women’s Film Festival, que decorre de 28 de Outubro a 6 de Novembro em Lisboa

A relação com a natureza, o assédio sexual e a violência de género, e a luta de diversos povos por sobrevivência e dignidade são os temas centrais que marcam o 12º Olhares do Mediterrâneo – Women’s Film Festival. O Festival decorre de 28 de Outubro a 6 de Novembro, em seis locais de Lisboa: Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa, Museu do Aljube, Casa do Comum, ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e Goethe-Institut.
HUMANOS E NATUREZA
A curta-metragem de ficção O Jardim Em Movimento, de Inês Lima, e o documentário Isto Não é um Jardim, de Marta Pessoa, são dois filmes portugueses que interrogam a complexa relação entre humanos e natureza a partir dos jardins. Segundo a realizadora Marta Pessoa, que estará presente na sessão, “as cidades levantam grandes problemas e desafios na nossa relação íntima com a natureza. Questionar a cidade a partir do seu ‘habitar’ vegetal é urgente. Outros capítulos virão. As nossas acções ditarão os passos seguintes. Nos filmes, como na vida”. Dia 1 de Novembro (sábado), às 19h, no Cinema São Jorge. A Grotto for Sale (Líbano), de Muriele Honein, Mefite (Itália), de Beatrice Surano, WAO Zone (Espanha), de Nagore Eceiza Mujika, Cantos da Metamorfose Ou Aquela Vez Em Que Eu Encarnei Como Boto (Portugal), de Ainá Xisto, e Memories of My Mother (Espanha), de Nú Larruy, são cinco curtas que exploram a perturbação do equilíbrio dos ecossistemas e o tema do ambiente de ângulos e géneros cinematográficos muito diferentes. “Toda luta ambientalista começa com uma primeira faísca”, diz a realizadora italiana Beatrice Surano, que estará presente na sessão. Dia 2 de Novembro (domingo), às 14h, no Cinema São Jorge.Nestes filmes, o cinema torna-se ferramenta de denúncia e de imaginação política para construir novos futuros, apontando para modelos de convivência mais justos e sustentáveis. A guionista e realizadora Fernanda Polacow (também consultora de escrita no Torino Film Lab, na Netflix and Portuguese Film Academy e no IndieLisboa Lab) aborda este assunto no workshop “Can Cinema Help Save the Planet?” para o público em geral, em inglês. Dia 2 de Novembro (sábado), às 10h30 (com duração de 120 min), no Cinema São Jorge.
ASSÉDIO SEXUAL E VIOLÊNCIA DE GÉNERO
My Grandmother’s Secret (Egipto), de Nourhan Abdelsalam, e Yet Another One (Croácia), de Karla Jelić, são duas curtas documentais feitas por realizadoras que usam o cinema para expôr a violência contra as mulheres. Na primeira curta-metragem, Nourhan revela uma série de actos violentos que a sua avó sofreu quando era criança. Já a segunda retrata a jornada de uma estudante de cinema croata que resolve denunciar o professor que a assediou. Dia 31 de Outubro (sexta), às 15h30, no Cinema São Jorge. Exibida no Festival de Cannes deste ano, a curta Moi Aussi, da francesa Judith Godrèche (muito conhecida pelos seus trabalhos como actriz), coloca sobreviventes da violência sexista lado a lado nas ruas de Paris. Já a longa-metragem italiana Echo of Sunken Flowers, de Rosa Maietta, investiga nos arquivos de Nápoles histórias de mulheres há muito esquecidas e silenciadas. A sessão contará com a presença de Maietta. Dia 1 de Novembro (sábado), às 21h45, no Cinema São Jorge.A curta Red Lace, de Andrea Adame e Paula Trejo Espada, e o documentário My Sextortion Diary, de Patricia Franquesa, são duas produções espanholas que abordam os problemas da masculinidade tóxica e da violência sexual online. Franquesa conta que realizou My Sextortion Diary para se libertar do assédio que estava a sofrer: “Como documentarista, vi uma oportunidade de usar esse pesadelo para conscientizar e quebrar o silêncio que a vergonha e o constrangimento nos afogam”. Haverá um debate com a presença das realizadoras após a sessão. Dia 2 de Novembro (domingo), às 16h30, no Cinema São Jorge.
Cena do filme “This home is ours”, de Shayma’ Awawdeh
“Palestine Islands”, de Nour Ben Salem e Julien Menanteau
FILMES DA PALESTINA
Shrinking Space é uma longa-metragem documental realizada por duas espanholas, Cristina Mora e Norma Nebot, que revela como os ataques do estado de Israel contra as ONGs e a ajuda humanitária não é de hoje. Em 2021, Israel classificou 6 grandes ONGs palestinianas como organizações terroristas. Filmado antes do 7 de outubro de 2023, o documentário traz depoimentos impactantes de activistas de direitos humanos na Palestina. Uma das protagonistas é Tahreer Jaber, que foi presa pelas forças de ocupação israelitas em setembro de 2024 sob detenção administrativa, sem acusações formais. Ela foi libertada em janeiro de 2025 como parte do cessar-fogo na troca de reféns e prisioneiros entre Israel e o Hamas. “Com Shrinking Space, oferecemos a oportunidade de olhar para 2023 — pouco antes do início da atual escalada — para compreender os desafios enfrentados pela sociedade civil e pelos movimentos sociais palestinos”, afirmam as realizadoras. Elas estarão presentes para uma conversa com o público e com Giulia Daniele, docente no ISCTE-IUL e coordenadora do Observatório de Estudos da Palestina (OPal) do ISCTE-IUL. Dia 29 de Outubro (quarta), às 18h, no auditório 302, Ed. 4,  ISCTE-IUL. O olhar atento e inconformado de duas realizadoras palestinianas mostra a ocupação israelita da Palestina. No documentário This home is ours, de Shayma’ Awawdeh, a câmara segue Aisha, uma rapariga que vive em Hebron, na Palestina ocupada, e documenta a resiliência sob o apartheid. Para Shayma’ Awawdeh, que deverá estar presente no Festival, “a câmara é um meio de sobrevivência, uma ferramenta para reformular nossa relação com o lugar, a memória e a vida quotidiana sob ocupação”. Já a curta-metragem Qaher, de Nada Khalifa, co-produção Polónia, Palestina e Egito, é uma ficção que aborda a diáspora palestiniana, ao retratar os obstáculos que esbarram o caminho de um homem que regressa à Palestina para visitar a família. Dia 1 de Novembro (sábado), às 11h, no Cinema São Jorge.A Palestina está presente também na sessão para famílias na manhã de domingo, com a curta Palestine Islands, uma coprodução da França e Jordânia, realizada pela dupla Nour Ben Salem e Julien Menanteau. Nesta ficção cheia de delicadeza e sensibilidade, Maha é uma adolescente, última geração do campo de refugiados de Balata, que fará de tudo para realizar o sonho de seu avô, que é cego, de regressar à sua casa. Nesta sessão são apresentadas ao todo sete curtas-metragens de ficção e animação para crianças dos 6 aos 12 anos, sobre vários temas. Dia 2 de Novembro (domingo), às 11h, no Cinema São Jorge.
HISTÓRIAS DE SOBREVIVENTES
A luta pela independência das mulheres saharauis é o tema de Dissonance (Espanha), de Raquel Larrosa. Esta curta-metragem mostra o trabalho de Fatimetu Bucharaya, uma mulher saharaui que, em 2019, fundou uma associação voluntária de mulheres dedicada à detecção de minas antipessoais. Já The Dream (Síria), de Gule Welat, é um retrato poético dos sonhos que ligam uma mãe curda ao filho mártir. Ezda (Canadá), de Halime Akturk, acompanha uma sobrevivente do ISIS que tenta lidar com os traumas do cativeiro, enquanto reconstrói a vida no Canadá. A realizadora Halime Akturk estará presente na sessão. Dia 1 de Novembro (sábado), às 11h, no Cinema São Jorge.Na longa-metragem My Sweet Land a documentarista Sareen Hairabedian, nascida e criada em uma pequena comunidade de armênios na Jordânia, relata o conflito por Nagorno-Karabakh, que envolve há décadas a Arménia e o Azerbaijão. É uma produção norte-americana que trata do ciclo geracional de trauma que mantém viva a resiliência de um povo enquanto transmite os fardos da guerra aos seus filhos. “Através dos olhos de Vrej, um doce menino de onze anos com uma sabedoria que vai além da sua idade, o filme pinta um retrato íntimo e cru do que significa crescer em uma terra militarizada”, relata a realizadora. “Fiz este filme porque acredito firmemente que a história de Vrej e de todas as crianças, cujos direitos humanos básicos lhes são arrancados no dia em que nascem, deve ser vista e ouvida. Essas crianças têm esperanças e sonhos e merecem viver em paz — não como prisioneiras de guerras herdadas”. O filme será seguido pelo debate Travessias: Crescer em Guerra, Futuros Amputados, com a participação de Raphaëlle Martin-Hölger, montadora do documentário. Dia 1 de Novembro (sábado), às 16h30, no Cinema São Jorge.

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