Apesar das diligências que têm sido feitas por vários representantes da Antropologia em Portugal para que a FCT se distancie da classificação FOS do Manual Frascati — que não confere autonomia científica à Antropologia — verificámos que esta classificação voltou a ser usada nos processos de avaliação de C&T, em particular e mais recentemente no formulário para o processo de Avaliação de Unidades de I&D da FCT que está em curso.
Em janeiro de 2016, em carta subscrita por vários representantes da Antropologia em Portugal, foram enviados à FCT vários argumentos e solicitações, sob a forma de contributo para o “Grupo de Reflexão sobre a Avaliação de Ciência e Tecnologia pela FCT”. O relatório final produzido por este grupo de trabalho apresenta uma proposta de reformulação, com uma grelha reformulada, onde a Antropologia aparece como subárea autónoma das Ciências Sociais, compreendendo duas subáreas, a “Antropologia Física e Biológica” e a “Antropologia Social e Cultural”.
Acreditamos que a FCT terá recuperado a classificação FOS do Manual Frascati por lapso. Por esse motivo a APA e o CRIA fizeram chegar ao Presidente do Conselho Diretivo da FCT uma carta conjunta, datada de 22 de novembro de 2017, com um pedido de alteração desta classificação, sob pena de, a manter-se, poder gerar as anomalias já verificadas em anos anteriores.
Também em 22 de novembro de 2017, mostrando-se solidária com a Antropologia, a direção da Associação Portuguesa de Sociologia tornou público no seu site um comunicado onde defende que que a Antropologia deve ser dignificada, constituindo-se como domínio autónomo nos processos de avaliação da FCT.
Este aspeto redutor da classificação FOS não pode continuar a ser reproduzido pela FCT. Apelamos à solidariedade de todos os antropólogos e cientistas sociais, bem como da comunidade científica de uma forma geral.
Lisboa, 23 de novembro de 2017