A Associação Portuguesa de Antropologia (APA) manifesta aqui a sua solidariedade e apoio às várias associações que nesta altura estão no terreno, a intervir e prestar serviço junto aos grupos de refugiados. A APA tem promovido fóruns on-line de discussão sobre as consequências socias da pandemia do Covid-19, do papel essencial da antropologia em tempos de crise, de isolamento social e de precariedade económica, e de como estes tempos levam a exacerbadas posições de nacionalismo e xenofobia. Como discutimos no IX Forúm APA do passado dia 9 de Abril ( e no webinar do WCAA – World Council of Anthropological Associations do dia 16 de Abril) é fundamental o papel dos antropólogos na mediação sócio-cultural e na defesa dos direitos à saúde e habitação de tod@s. Chamamos a atenção de que há grupos no terreno a actuar em prol destes direitos, já muito antes do inicio da pandemia, que integram antropólogos, nomeadamente a nossa colega Cristina Santinho, que tem desde sempre trabalhado sobre a condição dos refugiados em Portugal. Juntamos aqui apenas algumas das notícias por ela colocadas nas redes sociais nestes últimos dias.
Cristina Santinho fala ao Público:
“Antropóloga e investigadora do CRIA do ISCTE e membro da Associação Portuguesa de Antropologia, colaboradora do Fórum e de associações de refugiados, Cristina Santinho faz investigação sobre refugiados desde 2007 e não quer entrar no registo de culpabilização. Mas afirma que grande parte da não clarificação sobre as responsabilidades deve-se ao facto de a cultura institucional em Portugal ser extremamente hierarquizada e burocratizada: todos partilham parcerias mas torna-se difícil a sua efectivação.
Por isso apela à conciliação de esforços entre todos, até porque é “urgente” encontrar soluções. “É muito importante que estas instituições ouçam quem está no terreno e valorizem os esforços das associações porque são elas quem tem contacto privilegiado com quem está nestes locais. É essencial que lhes dêem os meios para desenvolver o seu trabalho.”
Vinca a necessidade de prevenção e de encontrar estratégias para rastrear e recolocar as pessoas, antes de aparecer um caso, e com atenção às especificidades das pessoas que muitas vezes vêm de contextos de guerra ou de conflito, “não se pode tratar como mercadorias”. “As pessoas vão ter que sair dos hostels. Não é comportável viverem 100 e tal pessoas com uma micro-cozinha e duas casas-de-banho. Não é no limite da emergência que se vão encontrar soluções.”
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